top of page

Nasce um  Inventor 

      Nascido em Florianópolis SC no dia 03  junho de  1967, Andrey Ferreiraé o terceiro filho  do casal, tendo o  pai  como  pedreiro profissional  e mãe costureira profissional,  facilitou afinidades com ferramentas e medidas, aos 5 anos de idade  já dava seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento e inovação. 

      Naquela  época  entendendo que a família contava com  poucos recursos,  e ao observar o belo veiculo que seu pai utilizava para ir pro trabalho, uma bicicleta  toda equipada, inclusive com faróis que funcionavam com um tal de dínamo, Andrey  se deparou com uma necessidade quase inalcançável para sua idade, a de possuir sua própria bicicleta, apesar das dificuldades começou idealizar e com uma breve pesquisa em uma enciclopédia de sua irmã, conheceu o modelo simples e fabricado em madeira pelo famoso inventor alemão Karl Drais, inventada em 1817. 

      Em seguida o safo inventor iniciou sua pesquisa de materiais para seu novo projeto, idealizando o produto com  madeiras velhas que encontrou nos fundos do quintal,  seguindo com um esboço de sua pequena draisiana,  que foi estruturada com um pedaço de barrote de aproximadamente 60 cm de comprimento,  tendo como barreira única,  a utilização das ferramentas do pai que ficavam guardadas no ranchinho atrás de casa dentro de  um armário trancado a sete chaves,  a solução  para este problema foi a de abrir o armário por trás,  de onde tinha acesso a grandes serrotes, martelos, pregos e tudo que precisava para a sua   criação, inclusive uma misteriosa ferramenta chamada "pua" que com muita dificuldade era manuseada com categoria pelo pequeno inventor, ferramenta esta que facilitou bastante a confecção de vários dispositivos ao longo de muito tempo.

      A inovação:  Utilizando um pedaço  de barrote como estrutura e assento , 4 ripas de madeira como garfo, para suportar as pequenas  rodas que foram tiradas de um velho carrinho de plástico, e um pedaço de pano rasgado,  segurando a esponja suja que servia de selim, ele finaliza seu projeto com um guidão de cabo de vassoura, perfeito, estava pronta sua  obra de arte, na ansiedade de  testar seu invento, Andrey sobe naquele primeiro protótipo, que por sua vez foi desenhado para sua altura de pernas a fim de executar o movimento de impulso, já que sua bicicleta não tinha correntes como as que ele via nas ruas, mas isto era apenas um detalhe.  

       O teste: Então ele se prepara para o teste inicial, posiciona sua maquina no sentido do corredor do quintal e se joga rumo ao  futuro, tracionando com os pés descalços ao longo do percurso, se equilibrando de maneira desajustada mas confiante, foi os primeiros 15 metros em cima de uma maquina mais emocionantes da sua vida," legal " funcionou, ao final do percurso ele mal conseguia girar para voltar a correr pelo quintal da casa, e com seu porte físico pouco colaborador para suspender aquele pedaço de barrote e sarrafos todo cheio de pregos, já que tinha pregado tudo junto e as rodas eram fixas em um único sentido, foi quando ao final da segunda volta surge uma ideia,   ele apoia levemente a pequena draisiana na parede da casa, corre até os fundos do quintal e encontra mais um pedaço de cabo de vassoura, pega aquele grande serrote e corta na medida quase certa, pega o martelo gigante, tira um prego da boca, posiciona no centro daquela peça inovadora e completa a criação  pregando o artefato na outra ponta do quadro, nasce  uma invenção, a " bicicleta com dois guidons".

        Foi então que o pequeno curioso descobre seu talento como inventor, e segue a diversão com sua bicicleta sendo equipada ao longo da semana com por exemplo um farol, feito de pote de margarina, fitas nos guidons, feitas com canudinhos de refrigerantes esticados, capa do banco, feira com sobras de tecidos coletados no ateliê de sua mãe, além de modernos botões no guidão , adaptados de tampinhas de creme dental e uma sineta feita de lata de Neocid ! 

 

 

 

                                                                                                                                               Andrey Ferreira

Fábrica de aviões

   Um belo dia de sábado  nosso inventor  já com 8 anos anos de idade, estava caminhando próximo a sua casa, puxando aquele carrinho de plástico com as rodinhas meio gastas e tortas, indo se encontrar com os parceiros a fim de  brincarem nas poças de  lama, que se formaram na  pracinha ali perto, pois na semana anterior havia chovido muito e ainda restavam algumas partes  alagadas na praça, foi quando ao se aproximar da esquina da sua quadra residencial, ele olhou para o céu e avistou um objeto que jamais havia notado,  voava tranquilamente de um lado para o outro sem ao menos ter rabiola, branco, pequeno mas intrigante, sem muita demora, nosso curioso inventor corre em direção a aquele objeto, em um trajeto que parece não ter fim.

Ufa!  Após uma corrida desesperadora, ele se aproxima de um homem com um mecanismo circular nas mãos controlando aquele objeto  e olhando para o céu,  parado ao lado dele com seu carrinho de cabeça pra baixo, pois havia sido puxado despercebidamente, ele pergunta,

O que que é isso moço? 

Um avião guri, tu nunca viu um desses ?

Nunca! -Responde prontamente o curioso menino.

Custa  dois cruzeiros cada um, vai lá pedir dinheiro pro teu pai! - Responde o vendedor.

Sabendo que seu pai não lhe daria dinheiro para comprar aquele brinquedo, ele nem respondeu o vendedor e continuava com os olhos fixos naquele objeto.

Mas do que é feito esse avião  moço? - perguntou  nosso Inventor.

De isopor ! - Responde rapidamente o  vendedor.

Daqui não da de ver muito bem, o senhor poderia baixar um pouco para eu ver mais de perto? - Solicita o menino.

Olha pra traz tem um monte  ali, de varias cores. - Respondeu o vendedor.

Quando nosso pequeno inventor olhou para traz e viu uma pilha de isopor cortada em forma de asa e corpo dos aviões ele nem poderia acreditar que era tão fácil copiar aquele curioso objeto, era apenas placas de isopor cortadas e encaixadas formando um avião que voaria sem rabiola e sem varetas.

Ele saiu correndo com seu carrinho pendurado, direto para a casa do amigo que morava em frente a sua casa, entrou direto sem pedir licença e explicou o que ele tinha visto na pracinha ao  amigo, que gostou da ideia e juntos voltaram para ver mais detalhes do projeto.

E agora ? - perguntou o amigo.

 A ideia ta pronta,  mas aonde iremos encontrar isopor para fazer os aviões ? -  Pergunta  o amigo.

Mal sabia ele que naquele momento em que nosso inventor estava analisando o avião, no mesmo instante ele lembrou que certa ocasião, em uma das brincadeiras da turma, ele havia visto uma pilha de isopor em um depósito de uma empresa, perto de sua casa, então ele explica para o amigo e juntos partem para a aventura de conseguir o tal isopor.

Chegando nos limites do terreno aos fundos  da empresa, os dois amigos seguem por um caminho que o vigia da empresa desconhece,  chegando  ao depósito, do lado de fora, eles avistam as placas de isopor acomodadas em baixo de um telhado, com algumas madeiras pesadas em cima,  os dois pequenos aventureiros removem cuidadosamente as madeiras para não chamar a atenção do vigilante, que se encontra a alguns metros dali, assim que toda a madeira é removida eles começam a recolher o material, tendo o cuidado de escolher as melhores para obterem os resultados esperados, de repente ouvem um barulharão, que vem de cima do telhado onde eles se encontram, sem pensar os dois partem em disparada rumo ao caminho trilhado no  mato, com uma pilha placas de isopor nas costas cada um, e com os olhos arregalados disparam pelas curvas do caminho , quando reduzem a velocidade para descansar achando que deu tudo certo os dois escutam um barulho no mato vindo na direção deles e partem em disparada  por outro caminho para não serem descobertos, é quando eles escutam uma voz pedindo para esperar e se identificando.

Sou eu sou eu, esperem por mim!

Os dois continuaram correndo sem a menor intenção de saber quem seria o perseguidor, foi quando aquela voz pronunciou os nomes deles e se identificou, era um outro amigo que percebeu que eles estavam  tramando alguma e resolveu seguir os dois e chegando lá esperou que eles colocassem as mãos no tal material e aproveitou para lhes dar um susto jogando em cima do telhado um pedaço de madeira, sem ao menos perceber que ali bem perto estava um vigilante de plantão...

Voltando para casa, os três com a carga dividida planejavam a confecção dos aviões, já que dali pra frente eles montariam uma fabrica, pois o material arrecadado era muito mais do que eles precisavam,  nosso inventor planejou uma linha de montagem , ficando  combinado que os dois venderiam as aeronaves e ele seria o fabricante.

Conclusão; a fabrica fez o maior sucesso, foram vendidas todas as aeronaves que fabricaram, aproximadamente umas 20,  ficaram ricos durante algumas semanas, conseguiram comprar muita paçoca, guaraná , chocolate, dadinho de amendoim, muita bala soft,  etc.

Como era de se esperar a  fabrica de aviões dos meninos  teve uma vida meteórica,  pois  não foi possível a produção de mais modelos por falta de fornecimento de matéria prima,  que o os rapazes deduziram que após aquele susto o vigilante deveria ficar  preparado para a próxima visita.  

 

 

                                                                                                                                                     Andrey Ferreira 

 

 

 

Carro a vela 

 Em um inicio de inverno nosso cientista com aproximadamente 10 anos de idade, estava em seu laboratório improvisado nos fundos do quintal de casa quebrando a cabeça para resolver um grande problema, criar um sistema de controle de direção para seu mais novo projeto, um carro a vela; criado com base em três sarrafos de madeira velha, montados sobre três  rodas de bicicleta aro 14 , um mastro tirado de uma  antena externa de televisão desativada e uma vela feita a partir de um lençol emprestado,   do guarda roupas de sua mãe.

Todo o conjunto já estava montado, inclusive as cordas para segurar a vela e o banquinho de esponja posicionado na parte de trás do carro, mas ainda faltava resolver o problema do sistema de direção, pois o que ele tinha elaborado precisava ter um pedaço de tubo de ferro soldado a uma chapa para segurar o garfo que era de bicicleta, e ele nem de longe tinha condições de pagar por uma solda em seu conjunto de peça.

​Eis que surge um amigo, o Marcelinho da oficina, sobrinho de um serralheiro, ele também criava coisas do tipo, mas como nosso inventor não gostava de mostrar suas criações antes do tempo, pensou duas vezes antes de  atender o concorrente,.

Há! Deixa pra lá pensou!

Entra ai disse ele, permitindo a visita do amigo ao seu laboratório.

Caramba  porque você não me falou que estava fazendo um carro a vela, eu também tive essa ideia... Disse o amigo.

É porque eu queria fazer surpresa, pois sabia que você teria a mesma ideia...

Deixa eu ajudar no projeto então ?

Sim mas eu preciso de um detalhe bem pequeno! Diz Andrey

Qual? pergunta o amigo!

Uma solda bem pequeninha aqui nesse ponto! Ele explica...

Isso não é nada, vamos lá na oficina do meu tio, o meu irmão trabalha  lá, ele solda pra nós! Convida  o amigo.

Sem demora os dois seguiram rumo a oficina, com a esperança de fazer uma pequena solda naquela peça que completaria a criação do ano.

Chegando lá os dois perguntaram pelo irmão de Marcelinho que trabalhava na oficina e ajudaria os dois no projeto.

Ele não veio trabalhar hoje! Responde o tio, dono da oficina.

Um olha para o outro com aquela cara de desanimado, é quando o tio  pergunta!

Mas o que vocês querem com ele?

Nada não responde Andrey, com medo de que o tio, ao saber do pedido, proibisse o irmão de executar aquela solda.

Como não é nada? pergunta o tio!

Era só uma soldinha aqui nessa peça... Responde o Marcelinho.

E nosso inventor olha com aquela cara de coitado para o tio do amigo que vira para o lado coloca a mão no óculos baixando-os, observa a peça e pergunta, o que é isso?

É um suporte para o garfo de um carrinho a vela que nós dois estamos construindo, responde prontamente Andrey dividindo autoria do projeto com o amigo.

Tu és filho de quem? Pergunta o tio...

Do Osmar da Lica, moro ali na Julia da costa 88 ...

Hum, ta certo, deixe me ver isso, me explica como funciona!

Os dois passaram as informações necessárias para a conclusão do projeto...

Entendendo como ficaria o sistema e a intenção do funcionamento daquele mecanismo, o Sr. Ailton dono da oficina que na verdade era uma serralheria, uma fabrica de portões e grades, construiu uma base de chapa de aço com um tubo soldado e 4 furos e ainda doou os parafusos, explicando como deveria ser adaptado na estrutura...

Os dois agradeceram o Sr. Ailton e a peça ficou muito melhor do que eles esperavam.

Manda um abraço pro teu pai... Falou o Sr. Ailton.

Pode deixar! Respondeu Andrey , seguindo com o amigo Marcelinho  rumo  a finalização do projeto.

A montagem ficou perfeita, era hora de testar, mas não tinha vento, mesmo assim os dois colocaram o carro na rua sem a vela, e seguiram rumo a ladeira do Caeira do Saco dos limões, para testar a estabilidade do conjunto, após uma caminhada sofrida, os dois posicionam o veiculo rumo a descida, e  em frações de segundos  aquele triciclo desengonçado despenca ladeira a baixo impulsionado pelos berros dos dois aventureiros a uma velocidade de arrepiar , por sorte naquela época não havia movimento de veículos naquelas ruas pois os dois pegaram uma velocidade tão grande que cruzaram a Rua Julia da Costa quase de ponta a ponta passando por 5 cruzamentos sem freios e ao entardecer, o susto foi grande mas valeu a pena.

​Uma semana depois nossos heróis são presenteados com um vento sul e seguem com o equipamento para a beira mar sul, só que desta vez eles estão acompanhados de mais um aventureiro, o companheiro de teste Giguiano como era chamado o amigo Adriano.

Naquela época a avenida beira mar sul também não tinha movimento intenso de veículos, mas por precaução nossos heróis resolveram testar o invento a noite que era mais seguro e chamava menos atenção, já que eles achavam que estavam burlando alguma lei que proibia o uso de um veiculo daquele tipo nas ruas.

O vento sopra forte,  os amigos se posicionam na parte de traz do carro, na madeira  que serve como  banco, a vela é inflada, a corda é puxada para dar pressão na vela e...

O carro não anda!

Mas o que houve ? pergunta Giguiano!

A roda ta travada, responde Marcelinho!

Não não, é muito peso, analisa Andrey... 

Prontamente os  tripulantes descem do carro e o mesmo começa a andar, os dois seguem caminhando do lado do carro a vela, a velocidade começa a aumentar é quando os dois pulam para o banco e os três novamente se poem a berrar, enquanto a velocidade aumenta a festa tava feita, o invento funcionou e seguiram até o final da avenida, viraram a volta após um 800 metros e retomaram o trajeto, a brincadeira continuou no dia seguinte com mais colegas querendo participar e assim seguiu até o vento acabar. 

 

 

 

                                                                                                                                                     Andrey Ferreira

 

 

 

 

Oficina de Autorama (em breve)

bottom of page